Os mamíferos são, por definição, animais que mamam. Todos os mamíferos têm como característica comum a presença de glândulas mamárias. São a classe de vertebrados mais complexa e nesta classe estão os seres humanos. Este grupo de animais é encontrado nas mais diversas regiões do globo terrestre, desde regiões desérticas até os polos.
O urso polar é também chamado de "rei do Ártico", a região gelada em que vive. Os machos dessa espécie de mamíferos podem atingir mais de 2 metros de comprimento e pesar cerca de 600 kg.
Assim como as aves, os mamíferos conseguem produzir e manter o calor, fato esse que proporciona aos mamíferos conquistar os mais diversos tipos de territórios. Há os mamíferos que podem voar, como o morcego; outros aquáticos, como os golfinhos, baleias e o peixe-boi (também conhecido como manati); os que vivem entre a água e a terra, como urso-marinho, leão-marinho e focas.
A foca (Phoca vitulina) é um mamífero que vive principalmente em águas geladas. Existem mais de trinta espécies de focas, que podem ser divididas em dois grupos: as focas sem orelhas, ou verdadeiras; e as chamadas “otárias”, com pequenas orelhas.
Há os exclusivamente terrestres como nós, os cachorros, elefantes, ratos e tantos outros exemplos.
Revestimento e proteção
O corpo dos mamíferos é total ou parcialmente coberto por pelos. Característica exclusiva dos mamíferos, a pelagem dos mamíferos pode assumir diversas cores, podendo favorecer tanto predadores quanto presas; além disso, os pelos são responsáveis pela equilíbrio da temperatura corporal.
A epiderme dos mamíferos
Mamíferos possuem glândulas sudoríparas e sebáceas que têm como função ajudar a diminuir a temperatura do calor e lubrificar e proteger a pele respectivamente. As glândulas mamarias, ou mamas, somente os mamíferos têm. Aliás, vem daí a palavra mamífero. Todo filhote de mamífero tem como sua primeira alimentação o leite.
Classificação dos mamíferos
Domínio: Eukaryota (Eucariontes)
Reino: Animalia
Subreino: Metazoa (Metazoários)
Filo: Chordata (Cordados)
Subfilo: Vertebrata (Vertebrados)
Infrafilo: Gnathostomata (Gnostomados)
Superclasse: Tetrapoda (Tetrápodes)
Classe: Mammalia
A classe mamalia possui uma grande diversificação de espécies. Vamos separar inicialmente a classe mamalia em Monotremos ou Monotremados, Marsupiais e Placentários.
Monotremos (Monotrêmata)
São os mamíferos mais antigos presentes atualmente. Possuem várias características em comum com os répteis, grupo do qual eles se originaram. Esse animais possuem bico e as fêmeas são ovíparas. Há somente dois representantes desse grupo, o ornitorrinco e a equidna. São encontrados na Austrália, na Tasmânia e Nova Guiné.
O ornitorrinco, pertencente à família Ornithorhynchidae, apresenta focinho alongado, semelhante ao bico de pato.
Os ornitorrincos possuem uma membrana que utilizam para facilitar sua natação e os filhotes lambem o leite na barriga das mães, pois as fêmeas da espécie não possuem tetas.
Marsupiais
Quase todos os marsupiais que conhecemos são australianos, como os cangurus, o diabo-da-tasmânia, os coalas, os vombates, além de outros.
Aqui no Brasil também existem marsupiais, como os gambás, timbus e cuícas. Esses últimos são encontrados em boa parte da América. Os filhotes de marsupiais começam a se desenvolver dentro de um órgão das fêmeas, o útero. Esses animais não completam a gestação dentro das fêmeas e nascem prematuros.
O gambá-de-orelha-preta (Didelphis marsupialis) é um marsupial encontrado em várias regiões do terrítório brasileiro.
De porte avantajado, os vombates se alimentam principalmente de capim e grama. Possuem dois pares de dentes incisivos bem desenvolvidos.
Desse modo a fêmea transporta os filhotes dentro de uma bolsa chamada marsúpio, na qual os filhotes vão terminar o desenvolvimento agarrados a uma glândula mamária.
Placentários (também são conhecidos como Eutherios)
Igualmente em monotremados e marsupiais, a fecundação é interna. Nos placentários os embriões se desenvolvem até nascer e ficam presos no interior do útero por uma estrutura chamada placenta, que se solta somente quando o embrião vai sair do útero. Sua função é realizar a troca de gases e nutrir o feto durante a gestação.
A placenta substitui a estrutura do ovo dos répteis e aves e confere uma maior proteção para o futuro filhote.
Conheça por quais grupos é composta a ordem dos placentários:
Principais ordens de Placentários (Eutéria):
Lagomorpha (lagomorfos): Lebre e coelho.
Rodentia (roedores): Rato, porco-espinho, capivara, utia e esquilo.
Proboscídea (probocídeos): Elefante.
Xenarthra (edentados): Tamanduá, preguiça e tatu.
Espécies da ordem Xenarthra, anteriormente designada como Edentata, formada por mamíferos placentários. Os membros do grupo têm os dentes molares pouco desenvolvidos, o que lhes deu o nome popular de desdentados.
Perissodactyla (perissodáctilos): Zebra, cavalo, porco, e rinoceronte.
Cetacea (cetáceos): Baleia e golfinho.
Sirenia (sirênios): Peixe-boi.
Primates (primatas): Gorila chipanzé, mico e o homem.
Alimentação e digestão
Os mamíferos se alimentam dos mais diversos tipos de alimentos, podem ser insetívoros, herbívoros, carnívoros e onívoros.
Nativos da Austrália, os coalas (Phascolarctos cinereus) são mamíferos marsupiais herbívoros que vivem na maioria do tempo nos galhos de eucaliptos, cujas folhas são sua comida favorita.
Cientistas acreditam que os vombates produzem fezes em forma de cubos para que possam empilhá-los, a fim de marcar território.
A forma dos seus dentes diz bastante sobre o seu tipo de alimentação e se são presas ou predadores. Há três tipos de dentes encontrados nos mamíferos: os incisivos, caninos e molares. Para sugar o leito os mamíferos contam com lábios bem desenvolvidos. O sistema digestório vai da boca até o ânus, com exceção dos monotremados que possuem cloaca.
A ariranha e a lontra são carnívoros semiaquáticos pertencentes à família Mustelidae.
Nos ruminantes, o alimento é engolido sem ser mastigado e depois volta para a boca para ser mastigado.
Circulação e respiração
Assim como nas aves, a circulação dos mamíferos é fechada e não há mistura de sangue venoso com sangue arterial. O coração possui quatro cavidades, sendo dois átrios e dois ventrículos.
O fato de o sangue oxigenado não se misturar com o sangue venoso garante aos mamíferos uma maior eficiência metabólica.
A respiração é exclusivamente pulmonar, mesmo em animais aquáticos como golfinhos, baleias e peixes-boi. Graças à presença de milhares de alvéolos nos pulmões, os mamíferos possuem o sistema respiratório mais eficiente.
O antílope, encontrado nos continentes africano e asiático, é um mamífero ruminante da ordem dos artiodáctilos e da família dos bovídeos. Caracteriza-se por ser animal de imponente elegância, graça e rapidez.
Os músculos do diafragma, além de separar o tórax do abdome, auxiliam na respiração através da diferença de pressão quando estes músculos contraem e descontraem.
Excreção
Os rins são os órgãos responsáveis pela excreção nos mamíferos, retirando do sangue substâncias tóxicas que estão em excesso. A bexiga urinária é a responsável pelo armazenamento de urina produzida nos rins.
Nos mamíferos é bastante comum o uso da urina para demarcação de território, isso é importante para vários animais, pois assim delimitam um espaço para procurar alimentos, reproduzir e garantir seus descendentes.
Sistema nervoso e órgãos dos sentidos
No mamíferos, o sistema nervoso é dorsal e atinge o máximo de complexidade entre todos os seres vivos. O cérebro é mais desenvolvido e isso possibilita uma grande vantagem na disputa com outros animais. Os mamíferos possuem diversos sentidos, entre eles os mais conhecidos são visão, audição, olfato, paladar e tato. Alguns outros animais como os tubarões possuem sentidos como a percepção de campos elétricos.
Alguns biólogos falam em seis sentidos comuns aos mamíferos, sendo o sexto sentido a propriocepção, que é o fato de o animal sentir sede e fome por exemplo. Os proprioceptores são órgãos sensitivos localizados nos músculos, tendões e ligamentos. Eles recebem e transportam para o sistema nervoso central informações sobre tensões, pressões ou distensões nas variadas partes do corpo, para que o cérebro decida como reagir e manter o equilíbrio.
Os elefantes usam a sensibilidade para preservar sua espécie. Ao provocarem uma atividade sísmica gerada por seus pés, esses mamíferos se comunicarem a respeito da presença de predadores, demarcação de território e preferências de acasalamento.
Os grandes e longos bigodes das focas têm uma função que vai muito além da estética. Por meio de seus bigodes, as focas conseguem detectar o rastro hidrodinâmico de peixes que estão nadando a até 600 metros de distância.
As toupeiras têm 22 pequenos troncos que contém um total de 100 mil fibras nervosas. O que corresponde a seis vezes mais receptores que a mão humana. Conforme as toupeiras cavam suas tocas, esses tentáculos varrem o território em alta velocidade, de forma mais rápida do que o olho pode detectar.
Os lobos desenvolveram ouvido musical. Para não perderem a voz com uivos em coro, eles escolhem uma nota específica para se comunicarem uns com os outros.
Os lobos (Canis lupus) pertencem ao filo Chordata. Tem o olfato cem vezes mais potente que o do ser humano. Exalam feromônios para "dizer" quando é a época de acasalar. Seu uivo é muitas vezes usado para reunir a alcateia.
São inúmeras as habilidades sensoriais especificamente desenvolvidas nos mamíferos.
Reprodução
Nos mamíferos é sempre reprodução sexuada. Como exceção dos monotremados (ovíparos), todos são vivíparos, desenvolvem-se dentro do útero da mãe. Órgãos com útero e ovário são exclusivos dos mamíferos e, como já vimos, alguns possuem placenta. O tempo de gestação e o número da prole são variáveis de espécie para espécie.
Os elefantes têm a gestação mais longa entre os mamíferos, dura aproximadamente 95 semanas.
Os seres humanos interagem com várias espécies de mamíferos desde há muito tempo. Essa interação se dá de várias formas e em muitos casos é bastante prejudicial, visto que há muitas espécies em perigos de extinção. Já consta no currículo da humanidade a culpa por várias extinções, como resultado das ações humanas.
Fonte: REECE, Jane B. et al. Biologia de Campbell. Artmed Editora, 2019.
Assista ao documentário VIDA NO VENTRE: MAMÍFEROS, produzido pela National Geographic,que mostra o desenvolvimento fetal no reino animal, desde a concepção ao nascimento.
DESAFIO 4 - Exercícios Complementares
1. Qual das alternativas que seguem apresenta animais com fecundação interna?
A) Gafanhotos e mamíferos.
B) Sapos e gafanhotos.
C) Baratas e rãs.
D) Peixes e sapos.
E) Mamíferos e salamandras.
2. Dos animais abaixo, os únicos que apresentam respiração pulmonar são:
A) minhoca, sapo e peixe.
B) golfinho, barata e cobra.
C) peixe-boi, jacaré e pato.
D) baleia, aranha e peixe.
E) tartaruga, jacaré e tubarão.
3. Mamíferos são animais extremamente interessantes, existindo cerca de quatro mil espécies conhecidas, distribuídas pelo mundo. Esses animais encontram-se classificados em dois grandes grupos, nos quais os ornitorrincos e as équidnas (exclusivos da Austrália) pertencem a subclasseC Prototheria e todos os outros animais estão inseridos na subclasse Theria. Com relação aos mamíferos, são marsupiais e placentários, respectivamente:
A) morcego e baleia.
B) rato e cachorro.
C) cassaco (gambá) e morcego.
D) canguru e gambá.
4. Sobre a respiração dos mamíferos aquáticos podemos afirmar que:
A) Os mamíferos aquáticos têm respiram branquial assim como a maioria dos peixes.
B) Os mamíferos aquáticos quando jovens, respiram por branquias, e quando adultos, passam a respirar por pulmão.
C) Os mamíferos aquáticos respiram através da pele, por isso, apresentam respiração cutânea.
D) Os mamíferos aquáticos têm respiração pulmonar, assim como os mamíferos terrestres.
5. Dentre os grupos de mamíferos abaixo, assinale aquele em que todos pertencem a mesma ordem:
alantoidianos, deuterostômios, celomados, homeotérmicos e possuem penas.
O principal avanço das aves em relação aos répteis reside em sua capacidade de controlar a temperatura do corpo, mantendo-a constante, independente de variações ambientais: são vertebrados homeotérmicos. A homeotermia garante às aves fácil adaptação aos mais variados ambientes terrestres, tornando possível sua larga distribuição geográfica.
Além disso, a capacidade de voar permitiu a exploração do meio aéreo, ampliando sua distribuição a praticamente todas as regiões da Terra.
Órgãos internos das aves
a) As aves e os mamíferos são homeotérmicos, isto é, mantém a temperatura do corpo constante. Mecanismo termorregulador: redução do diâmetro dos vasos sanguíneos superficiais (menor irradiação de calor - controle do SNC), tremores, pelos, penas, camada adiposa, suor, etc.
b) As aves são vertebrados que, em geral, possuem os membros anteriores transformados em asas para voar. Assim sendo, conquistaram o meio terrestre e o meio aéreo. As adaptações para o voo incluem, além das asas: penas, membrana nictitante, cerebelo desenvolvido, sacos aéreos, esterno com quilha, músculo peitoral desenvolvido, ossos pneumáticos, esqueleto rígido (coluna vertebral, cinturas pélvica e escapular fundidas).
O esqueleto das aves
c) São animais dioicos, ovíparos com casca calcária. A reprodução é sexuada, com fecundação interna.A união dos gametas ocorre no oviduto, antes da formação da clara e casca do ovo.
d) A pele é seca, sem glândulas, com exceção da glândula uropigiana que existe em muitas espécies. Esta glândula produz secreção que impermeabiliza as penas.
e) As penas são de três tipos básicos:
1) Rêmiges das asas (propulsão);
2) Retrizes da cauda (direcionamento do voo);
3) Tectrizes de revestimento (cobertura que mantém camada de ar). Há ainda a penugem que é comum nas aves jovens.
f) O tubo digestivo tem como particularidades: o bico sem dentes, o papo, a moela e termina na cloaca.
g) Não possuem bexiga e o excreta nitrogenado é o ácido úrico, eliminado junto com as fezes.
Sistema digestivo
h) A respiração é sempre pulmonar e o aparelho respiratório está associado ao órgão do canto ou siringe.
i) Na circulação fechada, o coração apresenta duas aurículas ou átrios e dois ventrículos. Não há mistura de sangue venoso e arterial no coração (circulação dupla e completa). A artéria aorta que sai do ventrículo esquerdo tem uma curvatura (crossa) para a direita, ao contrário dos mamíferos que têm esta curvatura para a esquerda.
j) Para proteção dos olhos, possuem sob as pálpebras a membrana nictitante.
Diversidade
A classe das aves possui numerosos representantes, que podem ser reunidos em dois grupos, segundo a forma do esterno. As aves ratitas possuem esterno achatado, asas reduzidas ou ausentes, não sendo capazes de voar; entre seus representantes estão o kiwi da Nova Zelândia, as emas sul-americanas e o avestruz africano.
As araras são vítimas da ação antrópica (realizada pelo homem). Com o tráfico de animais silvestres e alterações em seu habitat, as araras-azuis (Anodorhynchus hyacinthinus) encontram-se em extinção O tráfico de animais é um dos comércios ilegais mais lucrativos do mundo e movimenta aproximadamente 20 bilhões de dólares por ano.
Tais espécies são de vital importância ecológica, pois participam da dispersão de sementes, essencial para a regeneração de florestas.
As aves carinatas possuem o esterno com uma quilha ou carena, onde se inserem os fortes músculos peitorais que acionam as asas, permitindo o voo. Este grupo reúne a maioria das aves, distribuídas em muitas ordens, exibindo grande diversidade de forma do corpo, bico e patas, além da coloração das penas.
Reprodução
As aves são animais dioicos, com fecundação interna e ovíparos. Geralmente há acentuado dimorfismo sexual, manifestado principalmente pela plumagem mais colorida e desenvolvida e pela emissão de canto mais rico dos machos. As fêmeas têm um só ovário, ao qual se segue uma trompa, um oviduto e um útero que se abre na cloaca. Do ovário sai a gema (óvulo) que cai na trompa e recebe camadas de albumina (clara) enquanto passa pelo oviduto. A casca calcárea é formada enquanto o óvulo permanece no útero. O ovo eliminado pelas aves pode ser um óvulo, ou um zigoto, caso haja fecundação.
Aparelho reprodutor feminino
Entre as aves evidencia-se um aspecto bastante interessante do comportamento: o cuidado à prole. Os ovos são chocados pela fêmea em ninhos especialmente preparados para este fim; os filhotes são alimentados pelos pais até conseguirem voar e capturar seu próprio alimento.
Conheça 5 espécies capazes de construir ninhos incríveis,
Rocha é uma associação natural de minerais (geralmente dois ou mais), em proporções definidas e que ocorre em uma extensão considerável. O granito, por exemplo, é formado por quartzo, feldspato e, muito frequentemente, também mica.
Algumas rochas são constituídas
por um único mineral, mas são consideradas rocha e não mineral porque ocorrem
em grandes volumes, formando, por exemplo, um morro inteiro ou camadas que
podem se estender por dezenas de quilômetros. Essas rochas são chamadas de
monominerálicas. São exemplos o calcário (formado de calcita) e o quartzito
(formado de quartzo).
Os minerais presentes em uma
rocha podem ser essenciais ou acessórios.Minerais essenciais são aqueles que
definem a natureza da rocha. São eles que dizem que uma rocha vulcânica é um
basalto e não um riolito. Minerais acessórios são aqueles que aparecem na rocha
em quantidades pequenas e que não afetam sua classificação, podendo servir para
definir uma variedade de rocha. Um basalto costuma ter magnetita, mas se ela
não estiver presente ele continuará sendo um basalto. Um sienito não precisa
ter nefelina para ser sienito, mas se tiver será uma variedade chamada sienito
nefelínico.
As rochas podem ser agrupadas em
três grandes grupos, conforme o processo de formação: ígneas, metamórficas ou
sedimentares. As rochas sedimentares constituem apenas 5% da crosta terrestre,
os restantes 95% são de rochas ígneas ou metamórficas.
Rochas Ígneas
Também chamadas de magmáticas,
são rochas que se formaram pelo resfriamento e solidificação de um magma. Magma
é o material em estado de fusão que existe abaixo da superfície terrestre e que
pode extravasar através dos vulcões (passando então a se chamar lava). De sua
composição vai depender a composição da rocha magmática a se formar.
Se o magma resfria na superfície
da Terra, após ser expelido por um vulcão, origina uma rocha ígnea vulcânica
(também chamada de extrusiva). O exemplo mais comum é o basalto. Se o magma
sobe através da crosta, mas resfria ainda dentro dela, em grandes
profundidades, ele origina uma rocha ígnea plutônica (também chamada de
intrusiva). O exemplo mais comum é o granito. Rochas que se formam no interior
da crosta, mas a pouca profundidade, são chamadas de hipoabissais. Um exemplo é
o diabásio.
Processo de constituição do basalto a partir da lava vulcânica.
O magma que extravasa na
superfície, por entrar em contato com o ar e com o solo, resfria mais depressa
que aquele que se solidifica no interior da crosta. Por isso, os minerais que
formam as rochas vulcânicas aparecem em cristais numerosos, mas muito pequenos,
pois não tiveram tempo de se desenvolver bem. Um basalto, por exemplo, é
formado por piroxênio e plagioclásio, mas não se consegue distinguir esses
minerais a olho nu, apenas ao microscópio. Essas rochas são classificadas como
afaníticas.
Já o granito forma-se por um
processo de resfriamento bem mais lento, dando tempo para que os cristais de
quartzo e feldspato cresçam mais. Assim, podem-se ver nele grãos de cores
diferentes, com alguns milímetros ou centímetros de diâmetro. Essas rochas são
classificadas como faneríticas.
Se a lava resfria muito depressa,
forma-se vidro vulcânico, e não um agregado de minerais (ou seja, não se formam
cristais). A obsidiana, material usado como pedra preciosa, é um vidro
vulcânico.
A textura das rochas magmáticas
se define pelo tamanho dos grãos minerais que as constituem e pelas relações
espaciais entre eles. Se os grãos têm aproximadamente o mesmo diâmetro, a rocha
é equigranular; do contrário, é inequigranular. Se os grãos têm até 1 mm de
diâmetro, ela é fina; se têm de 1 a 5 mm, é média; se têm mais de 5 mm, é
grossa. Se os grãos têm uma distribuição homogênea, é isótropa; se estão
alinhados segundo uma dada direção, então é orientada. Riodacito, rocha
vulcânica ácida (RS)
Do ponto de vista químico, as
rochas ígneas são classificadas em ácidas (mais de 66% de sílica), como o
granito e o riolito; intermediárias (52 a 66% de sílica), como o sienito e
diorito; básicas (45 a 52% de sílica), como o gabro e o basalto; e ultrabásicas
(menos de 45% de sílica), como o peridotito. Essa classificação nada tem a ver
com o conceito de acidez (pH) usado em química, e a quantidade de sílica tem
pouca relação com quantidade de quartzo. As rochas ácidas são geralmente claras
e as ultrabásicas, escuras.
De acordo com a maior ou menor
presença de minerais escuros (minerais ferro-magne-sianos) nas rochas, elas
podem ser leucocráticas (claras), melanocráticas (escuras) ou mesocráticas
(intermediárias). Quando possuem mais de 90% de minerais escuros, podem ser
chamadas de hipermelanocráticas.
As rochas vulcânicas costumam
conter cavidades formadas por gases que ficaram aprisionados durante o
resfriamento. Essas cavidades podem ter desde alguns milímetros até alguns
metros de diâmetro e são chamadas de: vesículas, quando vazias, ou amígdalas,
quando estão preenchidas por minerais. Já as plutônicas são geralmente maciças
e, quando contêm cavidades, elas são milimétricas.
Os minerais mais comuns nas
rochas ígneas são todos do grupo dos silicatos: feldspatos, feldspatoides,
quartzos, olivinas, piroxênios, anfibólios e micas. Os elementos químicos mais
abundantes nelas são o silício e o oxigênio (75% do total), mas são também
importantes o alumínio, ferro, cálcio, sódio, potássio, magnésio e titânio.
Um tipo especial de rochas ígneas
são as rochas piroclásticas, aquelas formadas nas erupções vulcânicas
explosivas. Elas são formadas de ejetólitos, que podem ser blocos (mais de 32
mm, totalmente sólidos), bombas (mais de 32 mm, total ou parcialmente
fundidos), lapíli (4 a 32 mm) ou cinzas (menos de 4 mm).
As bombas formam aglomerados
vulcânicos; os blocos, brechas vulcânicas; os lapíli, lapíli-tufos; e as
cinzas,tufos vulcânicos.
As rochas ígneas costumam ser
maciças, ter boa resistência mecânica e cristais bem formados. Proporcionam bom
polimento e são, por isso, muito valiosas como rochas ornamentais. A foto da
esquerda mostra diversos tipos de rochas usados para esse fim.
Há grande interesse econômico
também porque nelas se encontra boa parte dos minerais úteis. Os pegmatitos,
rochas magmáticas de granulação muito grosseira, são fonte de numerosos
minerais valiosos, como quartzo, feldspato, andaluzita, apatita, berilo,
moscovita, bismuto, cassiterita, columbita, fluorita, galena, granadas, ouro,
grafita, monazita, rodonita, espodumênio, tantalita, titanita, topázio,
turmalinas, água-marinha, esmeralda, crisoberilo, volframita, xenotímio,
trifilita, ambligonita etc. Eles são uma das principais fontes de pedras
preciosas e de minerais raros.
Os canyons do Itaimbezinho e os
morros da praia de Torres, todos no Rio Grande do Sul, são formados por rochas
ígneas. Os rochedos do arquipélago de Fernando de Noronha e o morro Dedo de
Deus, em Teresópolis (RJ), são outros exemplos.
Rochas
Sedimentares
São rochas que se formam na
superfície da crosta terrestre sob temperaturas e pressões relativamente
baixas, pela desagregação de rochas pré-existentes seguida de transporte e de
deposição dos detritos ou, menos comumente, por acumulação química. Conforme a
natureza desse material podem ser detríticas ou não detríticas.
Possuem porosidade e
permeabilidade, uma marcante estratificação e baixa resistência mecânica. São
muito difíceis de polir e podem conter fósseis. As camadas de rochas
sedimentares podem totalizar vários quilômetros de espessura.
Exemplos de rochas sedimentares
muito conhecidas no Brasil são as que formam os morros de Vila Velha (PR), a
Chapada Diamantina (BA) e a Gruta de Maquiné (MG). No exterior, é muito
conhecido o Gran Canyon (Colorado, EUA).
De um modo geral e amplo, as
rochas sedimentares mais comuns podem ser divididas em arenosas (detríticas),
argilosas (detríticas) e carbonatadas (não detríticas), estas últimas
subdivididas em calcários e dolomitos.
Rochas sedimentares detríticas
(também chamadas de clásticas) são aquelas formadas pela deposição de
fragmentos de outras rochas (ígneas, metamórficas ou mesmo sedimentares). Esses
fragmentos, principalmente quartzo e silicatos, constituem os sedimentos e
surgem por efeito da erosão. Chuva, vento, calor e gelo vão fragmentando as
rochas e os pedaços que se soltam são transportados para lugares mais baixos
pela ação da gravidade, de rios, de geleiras ou do vento.
O mais extenso e mais duradouro
dos ambientes de deposição é o marinho. Ele é o destino final de todos os
sedimentos e nele estão a maior parte dos sedimentos detríticos.
Conforme o diâmetro dos grãos
desses sedimentos, eles podem ser, do maior para o menor: cascalho, areia,
silte ou argila (conforme tabela a seguir). Cascalhos formam conglomerados e
brechas, areias formam arenitos, siltes formam siltitos e argilas formam
argilitos.
Esses sedimentos são
transportados até uma bacia sedimentar, deserto ou delta de rio e, então,
começam a ser compactados pelo peso de mais sedimentos que sobre eles se
depositam.
As rochas argilosas são as mais
abundantes das rochas sedimentares, mas também as mais difíceis de estudar,
devido à granulação fina dos sedimentos que as formam.
A deposição começa sempre pelas
partículas maiores e mais pesadas. As menores, mais leves e menos esféricas
tendem a prosseguir, sendo depositadas depois e mais adiante.
om o tempo, os grãos ou seixos
vão se unindo, muitas vezes pela precipitação, entre eles os de óxido de ferro
ou de carbonato de cálcio, de modo a ficarem cimentados, originando então a
rocha sedimentar. Se o sedimento for areia, formará um arenito; se for argila,
formará uma argilito etc., conforme visto na tabela acima.
As mudanças na textura e na
composição sofridas pelos sedimentos em temperaturas relativamente baixas e que
levam à formação da rocha sedimentar chamam-se diagênese. Ela pode ocorrer logo
após a deposição ou bem depois.
Rochas sedimentares não
detríticas surgem pela precipitação química de sais ou pela acumulação de
restos orgânicos de animais e plantas. Quando formadas por sais, são chamadas
de químicas. Ex.: calcário e evaporito. Se formadas por restos orgânicas, são
chamadas de orgânicas. Ex.: guano e carvão.
As rochas sedimentares químicas
são formadas principalmente por carbonatos, sulfatos, sílica, fosfatos e
haloides. As principais rochas calcárias são o calcário (composto
essencialmente de calcita) e o dolomito (composto de dolomita). Tipos mistos
são os calcários dolomíticos. Afora os carbonatos, costumam conter quartzo,
argila e outros minerais.
As rochas sedimentares costumam
ser muito porosas, o que permite que nelas se acumule água. São, por isso,
importantes fontes de água subterrânea. Aquelas que possuem água em poros que
se interconectam (isso é, que são porosas e permeáveis) constituem aquíferos,
ou seja, massa rochosa capaz de armazenar e fornecer água.
Rochas
Metamórficas
São aquelas formadas a partir de
outra rocha (sedimentar, ígnea ou metamórfica) por ação do metamorfismo.
Entende-se por metamorfismo o crescimento de cristais no estado sólido, sem
fusão. A mudança nas condições de pressão e temperatura provoca mudanças na
composição mineralógica da rocha ou pelo menos deformações físicas.
Um calcário, por exemplo,
submetido a um aumento de pressão e temperatura, transforma-se em mármore; um
arenito transforma-se em quartzito; um folhelho (rocha sedimentar argilosa)
transforma-se em ardósia.
O limite entre rochas
sedimentares e metamórficas é arbitrário e difícil de estabelecer, exceto onde
o calor e os esforços tenham sido primordiais nas mudanças. Já a distinção
entre rochas sedimentares e ígneas é fácil, a não ser quando se trata de rochas
ígneas piroclásticas.
Uma característica típica das
rochas metamórficas é a foliação (xistosidade), estrutura paralela que produz
partição mais ou menos plana na rocha.
O conjunto de rochas metamórficas
de qualquer composição que tenham se formado nos mesmos intervalos de pressão e
temperatura constitui uma fácies metamórfica. Há sete fácies metamórficas
principais: fácies piroxênio-hornfels, fácies granulito, fácies eclogito,
fácies anfibolito, fácies albita-epídoto-anfibolito, fácies xistos verdes e
fácies sanidinito.
A rocha levada a um determinado
grau de metamorfismo pode depois sofrer metamorfismo parcial em temperatura
mais baixa, chamado de retrometamorfismo.
As rochas metamórficas
distribuem-se principalmente nas regiões montanhosas. A mais antiga de todas as
rochas encontradas até hoje na Terra é uma rocha metamórfica que existe no
Canadá, o Gnaisse Acasta, de 3,96 bilhões de anos, descoberto em maio de 1984.
O mármore surge a partir do metamorfismo do calcário.
O metamorfismo, processo que gera
uma rocha metamórfica, pode ser:
a) metamorfismo de contato - o
que surge pela ação de um magma sobre as rochas vizinhas. Ocorre principalmente
nas proximidades de rochas plutônicas ácidas.
b) metamorfismo regional - aquele
que surge em massas de rocha que são enterradas e submetidas a determinadas
condições de pressão e temperatura. Pode ser de baixo, médio ou alto grau.
Afeta áreas com até milhares de quilômetros quadrados e em grandes
profundidades. Quando a temperatura ultrapassa a faixa de 700-800 ºC, as rochas
começam a se fundir, produzindo magma.
c) metamorfismo dinâmico (ou
cinemático) - aquele que ocorre em zonas de deformação estreitas, com intenso
deslocamento.
d) metamorfismo de impacto - o
que ocorre em decorrência do impacto de um meteorito.
Habitualmente se distinguem as
rochas ortometamórficas, originadas das ígneas, e as parametamórficas,
resultantes da transformação de rochas sedimentares.
De acordo com a textura, as
principais classes de rochas metamórficas são:
- Hornfels (cornubianitos):
rochas sem foliação, grãos equidimensionais, formados por metamorfismo de
contato.
- Ardósias: granulação fina
(cristais microscópicos), foliação tabular perfeita (clivagem ardosiana), mas
sem faixas, formadas por metamorfismo regional sobre rochas sedimentares
clásticas finas (argilitos e siltitos).
- Filitos: xistosas; de
granulação fina, mesma origem das ardósias; mas com granulação maior, às vezes
com faixas incipientes; brilho sedoso.
- Xistos: acentuadamente
foliados, com grãos que permitem fácil identificação dos principais
componentes, ricos em mica, formados por metamorfismo regional ou de
deslocamento profundo.
- Anfibolitos: granulação média a
grossa composta principalmente de hornblenda e plagioclásio, foliação menos
nítida que nos xistos típicos formados por metamorfismo regional de grau médio
a alto.
- Gnaisses: granulação grossa,
bandas irregulares, predomínio do quartzo e do feldspato sobre as micas,
tornando a foliação menos visível. Metamorfismo regional de grau alto.
- Granulitos: rochas
equigranulares, sem micas e sem anfibólios, portanto sem foliação nítida.
Metamorfismo regional de alto grau.
- Mármores: compostos de calcita
ou dolomita usualmente pouco foliados. Forma corpos lenticulares.
- Cataclasitos: formados por
deformação sem alteração química. Aumentando a deformação e surgindo faixas e
listras, passam a milonitos.
- Milonitos: rochas de granulação
fina resultantes da trituração de rochas mais grossas. Têm aspecto de sílex e
formam-se por metamorfismo de deslocamento extremo, sem alteração química digna
de nota.
- Filonitos: aspecto semelhante
ao de filitos, formadas como os milonitos, mas com pronunciada reconstituição
química, surgindo películas de mica nos planos de foliação.
As rochas ígneas (à esquerda no
desenho) sofrem erosão, dando origem a sedimentos que por transporte, deposição
e diagênese (compactação + cimentação) geram rochas sedimentares. Estas, por
metamorfismo, geram rochas metamórficas. As metamórficas, por sua vez, podem
sofrer fusão, formando magma que vai originar nova rocha ígnea, fechando o
ciclo.
Mas rochas metamórficas também
sofrem erosão e, portanto, também originam sedimentos. Do mesmo modo, uma rocha
sedimentar pode sofrer erosão ou fusão e originar outra rocha sedimentar ou uma
rocha ígnea, respectivamente. Rochas ígneas, por sua vez, podem sofrer
metamorfismo, dando origem a uma rocha metamórfica. Portanto, qualquer um dos
três tipos de rocha pode originar qualquer um dos outros dois.
Vídeo sobre o Ciclo das Rochas.
Fontes
Dicionário de Mineralogia e
Gemologia. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. 608 p. ENCYCLOPAEDIA
Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Sociedade Brasileira de Geologia - SBG. Disponível em: <http://www.sbgeo.org.br>.
Composto por ossos e músculos que atuam juntos para garantir a realização dos movimentos corpóreos, o sistema locomotor permite que os indivíduos realizem diversos movimentos e possam locomover-se.
Constituído por ossos e estruturas relacionadas, como cartilagens e tendões, o sistema esquelético também tem a função de sustentação, proteção, armazenamento de cálcio e fósforo e produção de células sanguíneas.
O esqueleto divide-se em axial, constituído pelos ossos que formam o eixo principal do corpo (ossos da cabeça, pescoço, tórax e abdome), e apendicular, constituído pelos ossos que formam os membros.
Essas duas estruturas são unidos pelas cinturas: escapular (escápula e clavícula) e pélvica (ossos do quadril).
Por meio do processo de contração que permite unir as peças ósseas, o sistema muscular mantém a postura do esqueleto. Os músculos são capazes de se contrair e de se relaxar, gerando movimentos que possibilitam realizar as diversas ações do cotidiano, tais como andar, escrever, deglutir e digerir alimentos, promover a circulação do sangue no organismo, piscar os olhos, rir e respirar.
Os músculos são formados por feixes que se fixam por meio de suas extremidades. A extremidade presa a uma peça óssea que não se desloca, ou ponto fixo, é denominada de origem. A extremidade presa a uma peça óssea que se desloca, ou ponto móvel, é denominada de inserção. Os músculos fixam-se a essas extremidades por intermédio de tendões e aponeuroses.
Importante ressaltar que os músculos também são responsáveis pelo movimento das vísceras e podem ser classificados como:
1. Quanto à forma: observa-se o formato do músculo. Exemplo: músculo trapézio e músculo piramidal;
2. Quanto à origem: observa-se o número de tendões dos quais ele se origina. Quando há mais de um, podem ser classificados como: bíceps, tríceps ou quadríceps;
3. Quanto à inserção: observa-se o número de tendões pelos quais ele se insere.
Dois tendões: bicaudados;
Três ou mais: policaudados.
4. Quanto à ação: observa-se a ação principal resultante do processo de contração. Assim, entre as diversas classificações, podemos destacar:
flexor: flexiona um membro;
extensor: estende um membro;
adutor: move o membro para perto da linha mediana do corpo;
abdutor: move o membro para fora da linha mediana do corpo.
5. Quanto à função:
agonista: o músculo principal na execução de um movimento;
antagonista: músculo que se opõe à ação do agonista;
sinergista: elimina algum movimento indesejado que possa ser realizado pelo agonista, auxiliando-o em sua ação.