terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Os répteis


Os répteis são animais dotados de escamas em vez de pelos ou penas e que respiram ar. Na Terra há mais de 280 milhões de anos, são considerados os ancestrais das aves e dos mamíferos.

Ao longo dos anos, muitas espécies foram extintas ou desapareceram. Os dinossauros são um tipo famoso de réptil que foi extinto há cerca de 65 milhões de anos. Atualmente, existem em torno de 6 mil espécies de répteis vivos. Entre elas estão as cobras, os lagartos, as tartarugas, os jacarés e os crocodilos.

Classificação

Os répteis são classificados em quatro ordens distintas, onde cada uma representa um grupo diferente. Conheça abaixo as características de cada uma delas.

• Ordem Chelonia: os quilônios ou testudinata são os jabutis, tartarugas e cágados. Esses animais apresentam carapaça e um ventre rígido que se fundem com as placas ósseas dérmicas. Esses elementos mais o escudo em volta do corpo os protegem contra predadores. A espécie pode ser encontrada no mar (tartaruga), em água doce (cágado) ou em terra firme (jabuti). Não apresentam dentes, mas conseguem cortar alimentos por meio de um bico com lâmina. 

O jabuti-piranga é a mais comum das duas espécies conhecidas desse animal. É um réptil comum nas matas brasileiras, desde o Nordeste até o Sudeste.

O cágado-do-paraíba é uma espécie endêmica do Brasil e encontra-se em vias de extinção. Em 2016, o Mesoclemmys hogei passou de “em perigo de extinção” para “criticamente em perigo”, uma classificação antes de extinto na natureza, segundo a lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). 

• Ordem Crocodilia: são os maiores répteis encontrados na natureza. É um tipo de animal caracterizado por ser predador, semiaquático, ter corpo revestido por placas córneas (casca que envolve a pele), quatro patas com garras, cauda e colocam seus ovos em buracos na terra. 
O crocodilo-americano é dos maiores do mundo e pode ser encontrado no sul do México, América Central e norte da América do Sul. Um adulto macho da espécie normalmente chega a 5 metros de comprimento. As fêmeas são menores e têm cerca de 2 a 5m de comprimento e podem pesar até 173 kg.

• Ordem Squamata: representados pelas cobras (ofídios) e lagartos (lacertílios), esses tipos de répteis são caracterizados por ter corpo coberto de escamas (por isso são também chamados de escamados ou escamosos) e inexistência da parte inferior do crânio. 

O teiú é o maior e mais comum lagarto encontrado no Brasil (Tupinambis teguixin, Tupinambis merianae ou Salvator merianae). Conhecido também por tiú, tiju ou tejuguaçu, é um réptil da família dos Teídeos, sendo encontrado desde o sul da Amazônia até o norte da Argentina.  

Habita regiões de cerrado, mas pode ser observado também em regiões mais úmidas como florestas, bordas de matas-de-galeria e dentro de matas mais abertas, inclusive em regiões de clima temperado.


O monstro-de-gila (Heloderma suspectum) ou lagarto-de-gila é um réptil venenoso da família dos helodermatídeos. Encontrado no sudoeste dos Estados Unidos e noroeste do México, tem coloração preta e rosada e chega a medir até 60 cm de comprimento. 
Com mordidas secas, o lagarto  inocula a sua peçonha através de dois grandes dentes incisivos muito afiados. Os efeitos são imediatos e bastantes dolorosos, sendo totalmente fatais para algumas espécies.

• Ordem Rhynchocephalia: a tuatara, espécie que vive na Nova Zelândia, é o único representante dessa ordem ainda vivo atualmente. É um réptil carnívoro com dentes fundidos ao maxilar. Esses animais vivem em ambientes frios e podem chegar até 100 anos de idade. 

Réptil endémico da Nova Zelândia, a tuatara (Sphenodon) é único representante vivo da ordem Rhynchocephalia.  

Hábitat

Encontrados em todo o mundo, exceto em áreas muito frias, esses animais podem viver na terra, em árvores, em túneis subterrâneos ou na água. 

A maior variedade de répteis encontra-se nos países de clima tropical, como o Brasil. Em geral vivem na água, com rápidas incursões em terra, como as tartarugas. 

Os jabutis vivem apenas na terra. Os jacarés e os crocodilos passam a maior parte do tempo na água, mas também se aventuram fora dela.

Características físicas

São vertebrados, ou seja, possuem espinha dorsal. Com exceção das cobras, a maioria dos répteis possui quatro patas. Seu tamanho é muito variável. Alguns lagartos e cobras têm menos de 5 centímetros de comprimento, enquanto os maiores crocodilos e as cobras píton e sucuri podem chegar a 9 metros de comprimento. O maior lagarto que existe é o dragão-de-komodo, que chega a medir mais de 3 metros. Tartarugas marinhas podem ter mais de 2 metros de comprimento.

Os répteis têm a pele seca, coberta por escamas (escamas são dobras endurecidas da camada externa da pele). As escamas de várias espécies de lagartos são sobrepostas. Em cobras e crocodilos, elas são dispostas lado a lado. As escamas também recobrem o casco das tartarugas.

Originária da América Central, norte do Brasil e região central do México, a iguana é uma das mais belas representantes da família Iguanídae, Tem hábitos arborícolas, isto é, vive em árvores. Pode atingir quase dois metros de comprimento e 10 quilos de peso, na fase adulta. A cauda de uma iguana possui cerca de dois terços do comprimento total do corpo. Quando jovens, as iguanas possuem uma coloração verde intensa; quando maiores apresentam, ao longo do corpo, listras escuras. As iguanas vivem por volta de 15 anos e são répteis muito procurados para criação doméstica, como pets.  

Os répteis trocam as escamas ao longo da vida. A frequência dessas trocas, ou mudas, varia entre as espécies. As cobras fazem a muda de todas as escamas de uma só vez. Os lagartos, as tartarugas, os jacarés e os crocodilos trocam as escamas uma a uma ou em partes.

Comportamento 

Os répteis são animais de sangue frio. Isso significa que a temperatura corporal muda de acordo com a temperatura ambiente. Eles se aquecem ou se refrescam apenas mudando para locais mais quentes ou mais frescos. Muitos dos répteis ficam inativos durante o inverno, o que se chama hibernação. Alguns são inativos durante parte do verão, o que se chama estivação.

Em geral, os répteis são carnívoros. Eles comem insetos, aves, sapos, camundongos e peixes. Alguns perseguem suas presas, outros se escondem e esperam que elas se aproximem. Algumas cobras injetam peçonha, ou veneno, em suas presas. Apenas um pequeno grupo de lagartos e tartarugas alimenta-se exclusivamente de plantas.

Assista ao vídeo sobre cobras hognose, produzido pelo canal Maiores do Mundo.

Cobra Hognose (nariz de porco) é um nome comum para várias espécies de cobras com focinhos virados para cima. Incluem três gêneros distantes: Heterodon nasicus (que ocorrem principalmente nos sudeste dos Estados Unidos e no norte do México); Leioheterodon madagascariensis (nativas de Madagascar); e Lystrophis (América do Sul. A cobra hognose é reconhecida por se fingir de morta quando se sente ameaçada.

Os répteis têm diversas formas de se proteger dos inimigos. A cobra cascavel balança o guizo na ponta da cauda quando se sente ameaçada. A naja ergue o pescoço para parecer maior. Algumas tartarugas escondem-se em seu casco. A cobra hognose finge estar morta para evitar ser devorada por predadores. Os crocodilos, as tartarugas e alguns lagartos e cobras emitem um silvo alto, e a maioria dos répteis morde quando se sente ameaçada.

No Brasil vivem três tipos de répteis que estão entre os dez maiores carnívoros que existem: as cobras sucuri e jiboia e o jacaré-açu, ou jacaré-preto, que vive somente na Amazônia.

Sentidos 

Os jacarés, os crocodilos e a maioria dos lagartos ouvem relativamente bem. Já as cobras e as tartarugas praticamente não escutam, porém sentem as vibrações no solo. Alguns tipos de répteis têm pouca visão, como as cobras e os lagartos que vivem em túneis subterrâneos.

O paladar e o olfato dos répteis devem-se a órgãos especiais na boca e no nariz. Alguns tipos de cobras possuem órgãos sensíveis ao calor e, assim, conseguem detectar a presa mesmo na escuridão total. Isso ocorre porque o corpo dos mamíferos e das aves emite calor.

Locomoção 

Os répteis usam vários métodos para se locomover. A maioria dos lagartos anda sobre quatro patas. Outros usam apenas as pernas traseiras para correr. Algumas espécies de cobras e de lagartos sem pernas locomovem-se sobre a barriga, empurrando o corpo para a frente. Existem cobras do deserto que se movimentam de lado: elas levantam e soltam o corpo várias vezes para se movimentar pela areia.

Em uma combinação de anatomia e velocidade, o basilisco verde (Basiliscus plumifrons) possui patas traseiras com dedos longos, dotados de uma estrutura semelhante a uma franja, que se desdobra ao atingir a água e cria bolhas de ar que dão sustentação ao lagarto.  O réptil pertence à família Corytophanidae e habita do México ao Equador. São onívoros e se alimentam de insetos, pequenos vertebrados, frutas e flores. Seus predadores naturais incluem aves de rapina, gambás e serpentes.

As nadadeiras ou pés com membranas entre os dedos ajudam a tartaruga marinha a nadar. As serpentes marinhas usam suas caudas achatadas como remos. Os jacarés e os crocodilos nadam balançando a cauda de um lado para o outro.

Atualmente, nenhum réptil voa. Porém, algumas espécies de cobras tropicais e de lagartos, ao saltar de árvores altas, conseguem planar achatando o corpo.

Ciclo de vida 

A maioria dos répteis bota ovos. O número de ovos varia de acordo com as espécies. Algumas botam apenas um, enquanto outras podem pôr até duzentos ovos. Em geral, os ovos levam de sessenta a 105 dias para eclodir. Algumas cobras e lagartos dão à luz filhotes.

As tartarugas-marinhas apresentam um ciclo de vida complexo, utilizando diferentes ambientes ao longo da existência. Embora sejam marinhas, utilizam o ambiente terrestre (praia) para desova, garantindo o local adequado à incubação dos ovos e o nascimento dos filhotes. Ao nascer, rumam imediatamente para o alto-mar, onde atingem zonas de convergência de correntes que formam grandes aglomerados de algas (principalmente sargaços) e matéria orgânica flutuante. Nestas áreas, que formam um verdadeiro ecossistema, os filhotes encontram alimento e proteção – e assim permanecem, por vários anos, migrando passivamente pelo oceano.

Geralmente, os répteis atingem a idade adulta com 1 ano de vida. Ao contrário dos mamíferos, eles continuam a crescer durante a vida toda. Alguns tipos de répteis vivem mais tempo que qualquer outro vertebrado. Muitas espécies podem viver mais de vinte anos em cativeiro. Algumas tartarugas chegam a viver mais de cem anos.

Fonte: 

Britannica Escola. Disponível em: <https://escola.britannica.com.br> .

Educa Mais Brasil. Dispoonível em: <https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/biologia/repteis> .

FCiências. Ciência e Tecnologia. Disponível em: <https://www.fciencias.com> .

InfoEscola - Navegando e aprendendo. Disponível em:<https://www.infoescola.com/repteis> .

Nenhum comentário:

Postar um comentário