sexta-feira, 25 de dezembro de 2020
terça-feira, 15 de dezembro de 2020
Os répteis
Ao longo dos anos, muitas espécies foram extintas ou desapareceram. Os dinossauros são um tipo famoso de réptil que foi extinto há cerca de 65 milhões de anos. Atualmente, existem em torno de 6 mil espécies de répteis vivos. Entre elas estão as cobras, os lagartos, as tartarugas, os jacarés e os crocodilos.
Classificação
Os répteis são classificados em quatro ordens distintas, onde cada uma representa um grupo diferente. Conheça abaixo as características de cada uma delas.
• Ordem Chelonia: os quilônios ou testudinata são os jabutis, tartarugas e cágados. Esses animais apresentam carapaça e um ventre rígido que se fundem com as placas ósseas dérmicas. Esses elementos mais o escudo em volta do corpo os protegem contra predadores. A espécie pode ser encontrada no mar (tartaruga), em água doce (cágado) ou em terra firme (jabuti). Não apresentam dentes, mas conseguem cortar alimentos por meio de um bico com lâmina.
• Ordem Squamata: representados pelas cobras (ofídios) e lagartos (lacertílios), esses tipos de répteis são caracterizados por ter corpo coberto de escamas (por isso são também chamados de escamados ou escamosos) e inexistência da parte inferior do crânio.
O teiú é o maior e mais comum
lagarto encontrado no Brasil (Tupinambis teguixin, Tupinambis merianae ou Salvator
merianae). Conhecido também por tiú, tiju ou tejuguaçu, é um réptil da família
dos Teídeos, sendo encontrado desde o sul da Amazônia até o norte da Argentina.
Habita regiões de cerrado, mas pode ser observado
também em regiões mais úmidas como florestas, bordas de matas-de-galeria e
dentro de matas mais abertas, inclusive em regiões de clima temperado.
• Ordem Rhynchocephalia: a tuatara, espécie que vive na Nova Zelândia, é o único representante dessa ordem ainda vivo atualmente. É um réptil carnívoro com dentes fundidos ao maxilar. Esses animais vivem em ambientes frios e podem chegar até 100 anos de idade.
Réptil endémico da Nova Zelândia, a tuatara (Sphenodon) é único representante vivo da ordem Rhynchocephalia.
Hábitat
Encontrados em todo o mundo, exceto em áreas muito frias, esses animais podem viver na terra, em árvores, em túneis subterrâneos ou na água.
A maior variedade de répteis encontra-se nos países de clima tropical, como o Brasil. Em geral vivem na água, com rápidas incursões em terra, como as tartarugas.
Os jabutis vivem apenas na terra. Os jacarés e os crocodilos passam a maior parte do tempo na água, mas também se aventuram fora dela.
Características físicas
São vertebrados, ou seja, possuem espinha dorsal. Com exceção das cobras, a maioria dos répteis possui quatro patas. Seu tamanho é muito variável. Alguns lagartos e cobras têm menos de 5 centímetros de comprimento, enquanto os maiores crocodilos e as cobras píton e sucuri podem chegar a 9 metros de comprimento. O maior lagarto que existe é o dragão-de-komodo, que chega a medir mais de 3 metros. Tartarugas marinhas podem ter mais de 2 metros de comprimento.
Os répteis têm a pele seca, coberta por escamas (escamas são dobras endurecidas da camada externa da pele). As escamas de várias espécies de lagartos são sobrepostas. Em cobras e crocodilos, elas são dispostas lado a lado. As escamas também recobrem o casco das tartarugas.
Originária da América Central, norte do Brasil e região central do México, a iguana é uma das mais belas representantes da família Iguanídae, Tem hábitos arborícolas, isto é, vive em árvores. Pode atingir quase dois metros de comprimento e 10 quilos de peso, na fase adulta. A cauda de uma iguana possui cerca de dois terços do comprimento total do corpo. Quando jovens, as iguanas possuem uma coloração verde intensa; quando maiores apresentam, ao longo do corpo, listras escuras. As iguanas vivem por volta de 15 anos e são répteis muito procurados para criação doméstica, como pets.
Os répteis trocam as escamas ao longo da vida. A frequência dessas trocas, ou mudas, varia entre as espécies. As cobras fazem a muda de todas as escamas de uma só vez. Os lagartos, as tartarugas, os jacarés e os crocodilos trocam as escamas uma a uma ou em partes.
Comportamento
Os répteis são animais de sangue frio. Isso significa que a temperatura corporal muda de acordo com a temperatura ambiente. Eles se aquecem ou se refrescam apenas mudando para locais mais quentes ou mais frescos. Muitos dos répteis ficam inativos durante o inverno, o que se chama hibernação. Alguns são inativos durante parte do verão, o que se chama estivação.
Em geral, os répteis são carnívoros. Eles comem insetos, aves, sapos, camundongos e peixes. Alguns perseguem suas presas, outros se escondem e esperam que elas se aproximem. Algumas cobras injetam peçonha, ou veneno, em suas presas. Apenas um pequeno grupo de lagartos e tartarugas alimenta-se exclusivamente de plantas.
Assista ao vídeo sobre cobras hognose, produzido pelo canal Maiores do Mundo.
Cobra Hognose (nariz de porco) é um nome comum para várias espécies de cobras com focinhos virados para cima. Incluem três gêneros distantes: Heterodon nasicus (que ocorrem principalmente nos sudeste dos Estados Unidos e no norte do México); Leioheterodon madagascariensis (nativas de Madagascar); e Lystrophis (América do Sul. A cobra hognose é reconhecida por se fingir de morta quando se sente ameaçada.
Os répteis têm diversas formas de se proteger dos inimigos. A cobra cascavel balança o guizo na ponta da cauda quando se sente ameaçada. A naja ergue o pescoço para parecer maior. Algumas tartarugas escondem-se em seu casco. A cobra hognose finge estar morta para evitar ser devorada por predadores. Os crocodilos, as tartarugas e alguns lagartos e cobras emitem um silvo alto, e a maioria dos répteis morde quando se sente ameaçada.
No Brasil vivem três tipos de répteis que estão entre os dez maiores carnívoros que existem: as cobras sucuri e jiboia e o jacaré-açu, ou jacaré-preto, que vive somente na Amazônia.
Sentidos
Os jacarés, os crocodilos e a maioria dos lagartos ouvem relativamente bem. Já as cobras e as tartarugas praticamente não escutam, porém sentem as vibrações no solo. Alguns tipos de répteis têm pouca visão, como as cobras e os lagartos que vivem em túneis subterrâneos.
O paladar e o olfato dos répteis devem-se a órgãos especiais na boca e no nariz. Alguns tipos de cobras possuem órgãos sensíveis ao calor e, assim, conseguem detectar a presa mesmo na escuridão total. Isso ocorre porque o corpo dos mamíferos e das aves emite calor.
Locomoção
Os répteis usam vários métodos para se locomover. A maioria dos lagartos anda sobre quatro patas. Outros usam apenas as pernas traseiras para correr. Algumas espécies de cobras e de lagartos sem pernas locomovem-se sobre a barriga, empurrando o corpo para a frente. Existem cobras do deserto que se movimentam de lado: elas levantam e soltam o corpo várias vezes para se movimentar pela areia.
As nadadeiras ou pés com membranas entre os dedos ajudam a tartaruga marinha a nadar. As serpentes marinhas usam suas caudas achatadas como remos. Os jacarés e os crocodilos nadam balançando a cauda de um lado para o outro.
Atualmente, nenhum réptil voa. Porém, algumas espécies de cobras tropicais e de lagartos, ao saltar de árvores altas, conseguem planar achatando o corpo.
Ciclo de vida
A maioria dos répteis bota ovos. O número de ovos varia de acordo com as espécies. Algumas botam apenas um, enquanto outras podem pôr até duzentos ovos. Em geral, os ovos levam de sessenta a 105 dias para eclodir. Algumas cobras e lagartos dão à luz filhotes.
Geralmente, os répteis atingem a idade adulta com 1 ano de vida. Ao contrário dos mamíferos, eles continuam a crescer durante a vida toda. Alguns tipos de répteis vivem mais tempo que qualquer outro vertebrado. Muitas espécies podem viver mais de vinte anos em cativeiro. Algumas tartarugas chegam a viver mais de cem anos.
Fonte:
Britannica Escola. Disponível em: <https://escola.britannica.com.br> .
Educa Mais Brasil. Dispoonível em: <https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/biologia/repteis> .
FCiências. Ciência e Tecnologia. Disponível em: <https://www.fciencias.com> .
InfoEscola - Navegando e aprendendo. Disponível em:<https://www.infoescola.com/repteis> .
sexta-feira, 11 de dezembro de 2020
A produção de vacinas
Principais técnicas empregadas na produção de vacinas
Vírus morto ou atenuado
Técnica amplamente utilizada em vacinas já aprovadas, como a vacina da gripe, por exemplo. Por se tratar de método já conhecido, seus efeitos a longo prazo não são desconhecidos pelos imunologistas, representando fator positivo para a produção de novas vacinas.
Segundo dados da Fiocruz (Fundação Instituto Oswaldo Cruz), o procedimento consiste em injetar vírus inativados por agentes químicos ou físicos no organismo, fazendo com que o sistema imunológico identifique o invasor e produza defesas contra ele. Assim, quando o corpo entrar em contato com o vírus ativo, não será infectado.
Uma variação famosa dessa tática é o uso do vírus atenuado. Neste caso, o vírus não está completamente inativado. Ele está ativo, ou seja, sem capacidade de desenvolver a doença. Algumas vacinas que usam esse método são as contra a febre amarela e a poliomielite (oral).
Engenharia genética
Outro método utilizado atualmente é produzido através da engenharia genética. Ele utiliza a informação genética de patógenos responsáveis pela codificação de proteínas importantes para a prevenção, segundo informações da Fiocruz.
Essa técnica é usada em vacinas contra hepatite B e papilomavírus (HPV). O método que consiste na identificação de patógenos e codificação de proteínas está sendo empregado para o desenvolvimento de uma vacina brasileira contra a Covid-19.
Um dos empecilhos para a produção extensiva desse tipo de vacina é a dificuldade na produção em massa no Brasil, por ser uma tecnologia cara e avançada.
Novas técnicas e a Covid-19
Na busca por um imunizante contra o novo coronavírus, alguns novos métodos de produção estão sendo testados. A Moderna, farmacêutica norte-americana, está desenvolvendo uma vacina que induz a imunização através da utilização do RNA mensageiro (mRNA).
Apesar de ser uma tecnologia muito avançada, alguns empecilhos podem atrasar a chegada dela para a população geral. Nenhuma vacina aprovada para uso em seres humanos anteriormente a utilizava. Além disso, a substância seria instável e precisaria de muitos cuidados e refrigeramento, dificultando seu acesso a regiões mais remotas.
Enquanto isso, a Universidade de Oxford, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca está testando uma tecnologia também inovadora, mas diferente da citada anteriormente. Gustavo Cabral, imunologista formado em Oxford (Reino Unido) e Berna (Suíça), afirma que a estratégia utilizada fundamenta-se no 'adenovírus', obtido pela modificação do adenovírus do macaco, acrescentando uma parte do vírus do corona, o SARS-CoV-2.
Tal método já funcionou em vacinas feitas contra outros tipos de coronavírus, mas ainda não foram concluídos os estudos a respeito de seu impacto no organismo humano, na defesa contra o SARS-CoV-2.
Brasil no contexto mundial
Além de referência mundial em vacinação, o Brasil é autossuficiente na produção de imunobiológicos, fabricados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, e pelo Instituto Butantan, em São Paulo. Ao todo, são mais de 36 mil salas de vacinação espalhadas por todo o país, onde são aplicadas 300 milhões de doses por ano. O país ainda exporta vacinas para mais de 70 nações.
O processo de produção de uma vacina é complexo e passa por diversas etapas, que podem durar meses. As pesquisas, por sua vez, levam mais de 10 anos para serem concluídas. Cada vacina tem um método diferente de criação, tudo vai depender da tecnologia necessária.
As vacinas contra gripe e febre amarela têm como base o ovo
O planejamento para aos estágios de produção da vacina contra o vírus Influenza, causador da gripe, são iniciados 18 meses antes da entrega da primeira dose e a fabricação leva cerca de 9 meses. Em 2019, a Divisão Bioindustrial do Instituto Butantan produziu 60 milhões de doses de vacina contra a gripe.
O processo de produção das vacinas contra gripe e febre amarela são parecidos. A segunda também é feita com ovo, mas o procedimento é mais longo e a vacina é atenuada, ou seja, o vírus dela encontra-se ativo. No entanto, não tem a capacidade de causar a doença. No Brasil, apenas o laboratório Bio-Manguinhos da Fiocruz produz a vacina contra a febre amarela, que é distribuída por todo o país pelo Ministério da Saúde.
Como as vacinas agem
Os microrganismos utilizados nas vacinas podem ser vírus, bactérias, protozoários ou fungos enfraquecidos, mortos ou em pedaços — fragmentados —, como é o caso do vírus Influenza. Ao serem injetados no corpo, o sistema reage e manda glóbulos brancos para atacar os “invasores”. A partir daí, criam a memória de como combater essa ameaça. Caso entre em contato com a doença de verdade, o organismo já sabe como reagir e nem chega a apresentar os sintomas.
As mutações do novo coronavírus
Ao sermos infectados por vírus, como a gripe, e por vacinas nosso corpo desencadeia a produção de anticorpos neutralizantes, os quais fazem parte do sistema imune e defendem o organismo do vírus invasor.
No caso da Covid-19, já foi igualmente demonstrado que a infecção leva à produção de anticorpos identificados no plasma de pessoas convalescentes dos sintomas da doença. A partir disso, medidas de intervenção fundamentadas na administração de vacina contendo anticorpos específicos, a fim de interromper a replicação e disseminação do vírus, vêm sendo adotadas e consideradas muito promissoras.
Entretanto, sua eficácia pode ser comprometida por eventuais mutações do vírus capazes de dificultar seu reconhecimento pelo anticorpo empregado.
A estratégia empregada pelos pesquisadores, no intuito de investigar como se desenvolve a resistência viral aos anticorpos, consiste na produção em laboratório do chamado vírus quimérico, contendo mais de um vírus em sua composição, a fim de obter resposta celular que favoreça a produção de anticorpos de amplo espectro e permita identificar os mutantes da proteína Spike do vírus que escapam da defesa imunológica e da neutralização promovida pelos anticorpos.
Fonte:
CNN - BRASIL. Como funcionam as técnicas mais usadas na produção de vacinas contra a Covid-19. Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/saude/2020/08/11/como-funcionam-as-tecnicas-mais-usadas-na-producao-de-vacinas-hoje> .
INSTITUTO BUTANTAN. Vacinas. Disponível em: <https://www.butantan.gov.br/soros-e-vacinas/vacinas>.
Aprenda sobre o desenvolvimento e fabricação de vacinas, nesse vídeo produzido pelo Canal Butantan.
Conheça a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelas empresas farmacêuticas Pfizer e BioNTech, que, segundo estudos, garante proteção de até 95%.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2020
Classificação dos solos
A caracterização e a organização dos solos em diferentes classes nos permitem manejá-los de acordo com seus atributos, que determinam suas potencialidades e limitações.
O que é solo
Solo corresponde à massa natural que compõe a superfície da Terra que suporta ou é capaz de suportar plantas. Essa massa contém matéria viva e é resultante da ação do clima e da biosfera sobre a rocha, que é seu material de origem. A transformação da rocha em solo se realiza durante um certo tempo e é influenciada pelo tipo de relevo.
O solo é constituído por diferentes partículas, que são:
Areia
É um acúmulo de pequenos pedaços de rochas ou minerais. Seu diâmetro varia entre 0,05 a 2 milímetros (mm). O mineral predominante na maioria das areias é o quartzo. Entretanto, outros minerais como muscovita, turmatita, feldspato, mica, magnetita e outros também podem serem encontrados. É a areia que dá a sensação de aspereza (atrito) do solo.
Silte
Partícula do solo com um diâmetro que varia de 0,05 a 0,002 mm, composta por feldspato, piroxênio, anfibólio, biotita etc. É o silte que dá a sensação de sedosidade.
Argila
Partícula de solo tão pequena que não pode ser vista a olho nu, seu diâmetro é menor que 0,002 mm. É composta por minerais secundários (ilita, montmorillonita e caulinita). É a argila que dá a sensação de plasticidade e pegajosidade.
A importância do solo
O solo é um dos recursos naturais mais importantes da natureza, pois exerce funções ambientais essenciais à vida.
Para que as plantas cresçam, suas raízes devem penetrar no solo de modo a sustentar sua parte aérea. Elas extraem nutrientes, que juntamente com o oxigênio (O2), o gás carbônico (CO2), a luz e o calor, contribuem para o seu crescimento.
Considerando os preceitos de sustentabilidade, o recurso solo ganha cada vez mais destaque nos debates nacionais e internacionais.
Este recurso natural é renovável, mas pode passar a não ser em função do desgaste constante em função de seu uso intensivo, que muitas vezes não respeita suas limitações individuais.
Camadas do solo
As camadas do solo, também chamadas de horizontes, são subdivisões que do solo que, dentro de uma determinada profundidade, compartilham as mesmas características. Essas semelhanças devem ser tanto de constituição (minerais presentes e textura) quanto de respostas e estímulos (como a cor, a consistência e outras mais).
A distribuição dos tipos de solo ao longo do território brasileiro é bastante diversificada, e reflete a variabilidade dos seus fatores de formação como o clima, o material de origem, o relevo, os organismos e o tempo.
A distribuição dos tipos de solo ao longo do território brasileiro é bastante diversificada, e reflete a variabilidade dos seus fatores de formação como o clima, o material de origem, o relevo, os organismos e o tempo.
De acordo com Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS), tipos de solos presentes do Brasil são:
Argissolos
Apresentam maior teor de argila nas camadas subsuperficiais em relação aos superficiais. Sua cor pode variar de acinzentada a avermelhada sendo as tonalidades amarelas e vermelhas as mais comuns.
Podem ser encontrados em praticamente todas as regiões brasileiras e representam aproximadamente 24% da superfície do País. Em termos de extensão geográfica, ocupam a segunda maior posição, depois dos Latossolos.
Cambissolos
Compreendem solos em fases iniciais de desenvolvimento. Apresentam pouca diferenciação dos camadas, principalmente pela cor e estrutura. Ocupam cerca de 2,5% do território brasileiro e é distribuído amplamente.
Chernossolos
São solos muito férteis e caracterizados pela presença da camada superficial densa e escura. Apresenta boa agregação de argila.
Esse tipo de solo ocupa 0,5% do território nacional. Ocorrem no Sul e no Nordeste e em pequenas áreas no Centro-Oeste.
Espodossolos
Apresentam acúmulo de matéria orgânica e alumínio. Mas de maneira geral têm predomínio de areia em sua composição, sendo considerados solos muito pobres e ácidos.
Sua camada subsuperficial pode apresentar cor escura, acinzentada, amarelada e avermelhada. Sua ocorrência é de aproximadamente 2% do território do País, sendo distribuído por toda a costa brasileira e oeste da Amazônia.
Gleissolos
Possuem material predominantemente argiloso e geralmente estão associados às proximidades de cursos d’água. As cores predominantes na subsuperfície são acinzentadas, podendo apresentar mosqueados devido à oxidação e redução em ambiente saturado por água.
Sua composição química e física é bastante variável devido à natureza do ambiente em que se encontra (várzea ou depressão). Os gleissolos ocupam 4% do território nacional e estão presentes nas regiões Norte, Centro-oeste, Sudeste e Sul do País.
Latossolos
Esses tipos de solos sofreram diversas transformações em seu processo de formação. Suas cores variam de avermelhadas a amareladas. Apresentam textura argilosa e podem ter estrutura de grãos.
Os latossolos são os solos mais representativos do Brasil, ocupando aproximadamente 39% da área total do País e sendo distribuídos praticamente por todo o território nacional.
Luvissolos
Apresentam significativos teores de argila nas camadas subsuperficias. São geralmente rasos, de coloração avermelhada ou amarelada. São amplamente encontrados no nordeste do País, ocorrendo em 3% da área do território brasileiro.
Neossolos
São solos jovens por consequência de reduzida ação dos fatores de formação. Constituídos por material mineral ou por material orgânico. Ocorrem aproximadamente em 15% do território brasileiro.
Nitossolos
São geralmente profundos, com textura argilosa e coloração avermelhada, sendo observada pouca diferenciação de cores entre as camadas. São bem drenados, estruturados, moderadamente ácidos e de fertilidade natural muito variável.
Em períodos secos, devido ao elevado teor de argila, podem formar fendas no sentido vertical. Sua ocorrência no Brasil é de aproximadamente 1,5% e são encontrados nas regiões Sudeste e Sul do País.
Organossolos
Os organossolos são formados por material orgânicos em diferentes estágios de decomposição. Esse material é proveniente da deposição e acúmulo de resíduos vegetais, com ou sem mistura de materiais minerais.
Por essa razão, apresentam coloração escura pois possuem elevados teores de carbono devido à decomposição da matéria orgânica. Não possuem áreas representativas de ocorrência no País, pois ocorrem em pequenas manchas e de maneira dispersa.
Planossolos
Possuem grande aumento de argila na subsuperfície. São extremamente duros quando secos e possuem baixa permeabilidade. Isso condiciona ciclos de redução e oxidação do ferro, propiciando as cores acinzentadas e mosqueados. Possuem maior ocorrência no Rio Grande do Sul, Nordeste e no Pantanal, ocupando aproximadamente 2% da área do País.
Plintossolos
Esse tipo de solo leva à formação de uma condição destacável da matriz do solo, denominada plintita. Essa formação ocorre devido à drenagem imperfeita e ciclos de redução e oxidação do ferro.
As cores são predominantemente cinzentas, vermelhas e amareladas ou mosqueado e muitas vezes com moderado aumento de argila em subsuperfície. São encontrados na região Norte do País, principalmente na região Amazônica.
Também são encontrados nas regiões Nordeste, Centro-oeste e Sudeste do Brasil. Ocupam aproximadamente 6% da área do território nacional.
Vertissolos
Apresentam altos teores de argila, com expressiva movimentação da massa do solo. No período seco ocorre formação de fendas largas e profundas. São de coloração acinzentada ou preta, sem diferença significativa no teor de argila entre a parte superficial e subsuperficial do solo.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020
Os primatas
Ancestral comum
Talvez você já tenha deparado com a afirmação de que o ser humano é descendente do macaco. Muitas pessoas atribuem essa ideia a Charles Darwin, mas se sabe que esse cientista nunca fez essa afirmação. O que Darwin propôs, na verdade, é que macacos e seres humanos apresentam um ancestral recente comum, que coloca tanto os macacos como os seres humanos no grupo dos primatas.
Evidências científicas apontam que o grupo dos chimpanzés é o mais aparentado com os seres humanos. Há divergências sobre o período em que seres humanos e chimpanzés se separaram em seus caminhos evolutivos. Possivelmente, isso teria ocorrido há cerca de 6 milhões de anos.
Algumas características dos primatas são:
a) polegares em oposição aos demais dedos das mâos;
b) cuidado dos pais com a prole;
c) visão binocular e tridimensional.
As cores vibrantes do mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) pode variar de dourado a vermelho-dourado. O primata vive cerca de oito anos e tem hábitos diurnos; à noite, dorme em ocos de árvores ou emaranhados de cipós e bromélias. Alimenta-se de frutos e de pequenos invertebrados e vertebrados. Alguns estudos mostram que o mico-leão-dourado come mais de 60 espécies de plantas e, depois de digeri-las, ajuda a dispersar suas sementes pelo ambiente.
Além disso, os primatas têm o cérebro bastante desenvolvido, proporcionalmente grande em relação ao tamanho do corpo. A inteligência, existente também em outros animais, se desenvolve muito no grupo dos primatas. Evidências científicas apontam que o grupo dos primatas tenha surgido há cerca de 70 milhões de anos, a partir de pequenos mamíferos insetívoros de hábitos noturnos, semelhantes aos musaranhos atuais.
Hábitos e vida em sociedade
A maioria dos primatas vive em sociedade. Eles buscam alimento, deslocam-se e dormem em grupos, vigiando e protegendo uns aos outros continuamente. Os filhotes são, na maioria dos casos, extremamente dependentes de suas mães, que os carregam o tempo todo junto ao corpo. Os adultos ensinam os filhotes a procurar alimento, abrigo e, dependendo da espécie, a se comportar em outras atividades do grupo.
Fontes de pesquisa:
Site Planeta
Biologia. Disponível em:
<https://planetabiologia.com/primatas-caracteristicas-e-evolucao/> .
Um alguém tão semelhante - Entenda como os animais mais parecidos conosco se relacionam e quais são as características comportamentais que mais nos aproximam. Disponível em: <http://www.temasbio.ufscar.br> .
terça-feira, 24 de novembro de 2020
Os mamíferos
Revestimento e proteção
O corpo dos mamíferos é total ou parcialmente coberto por pelos. Característica exclusiva dos mamíferos, a pelagem dos mamíferos pode assumir diversas cores, podendo favorecer tanto predadores quanto presas; além disso, os pelos são responsáveis pela equilíbrio da temperatura corporal.
Mamíferos possuem glândulas sudoríparas e sebáceas que têm como função ajudar a diminuir a temperatura do calor e lubrificar e proteger a pele respectivamente. As glândulas mamarias, ou mamas, somente os mamíferos têm. Aliás, vem daí a palavra mamífero. Todo filhote de mamífero tem como sua primeira alimentação o leite.
Classificação dos mamíferos
Domínio: Eukaryota (Eucariontes)
Reino: Animalia
Subreino: Metazoa (Metazoários)
Filo: Chordata (Cordados)
Subfilo: Vertebrata (Vertebrados)
Infrafilo: Gnathostomata (Gnostomados)
Superclasse: Tetrapoda (Tetrápodes)
Classe: Mammalia
A classe mamalia possui uma grande diversificação de espécies. Vamos separar inicialmente a classe mamalia em Monotremos ou Monotremados, Marsupiais e Placentários.
Monotremos (Monotrêmata)
São os mamíferos mais antigos presentes atualmente. Possuem várias características em comum com os répteis, grupo do qual eles se originaram. Esse animais possuem bico e as fêmeas são ovíparas. Há somente dois representantes desse grupo, o ornitorrinco e a equidna. São encontrados na Austrália, na Tasmânia e Nova Guiné.
Os ornitorrincos possuem uma membrana que utilizam para facilitar sua natação e os filhotes lambem o leite na barriga das mães, pois as fêmeas da espécie não possuem tetas.
Marsupiais
Quase todos os marsupiais que conhecemos são australianos, como os cangurus, o diabo-da-tasmânia, os coalas, os vombates, além de outros.
Aqui no Brasil também existem marsupiais, como os gambás, timbus e cuícas. Esses últimos são encontrados em boa parte da América. Os filhotes de marsupiais começam a se desenvolver dentro de um órgão das fêmeas, o útero. Esses animais não completam a gestação dentro das fêmeas e nascem prematuros.
O gambá-de-orelha-preta (Didelphis marsupialis) é um marsupial encontrado em várias regiões do terrítório brasileiro.
Desse modo a fêmea transporta os filhotes dentro de uma bolsa chamada marsúpio, na qual os filhotes vão terminar o desenvolvimento agarrados a uma glândula mamária.
Placentários (também são conhecidos como Eutherios)
Igualmente em monotremados e marsupiais, a fecundação é interna. Nos placentários os embriões se desenvolvem até nascer e ficam presos no interior do útero por uma estrutura chamada placenta, que se solta somente quando o embrião vai sair do útero. Sua função é realizar a troca de gases e nutrir o feto durante a gestação.
A placenta substitui a estrutura do ovo dos répteis e aves e confere uma maior proteção para o futuro filhote.
Conheça por quais grupos é composta a ordem dos placentários:
Principais ordens de Placentários (Eutéria):
Lagomorpha (lagomorfos): Lebre e coelho.
Rodentia (roedores): Rato, porco-espinho, capivara, utia e esquilo.
Proboscídea (probocídeos): Elefante.
Xenarthra (edentados): Tamanduá, preguiça e tatu.
Insetivora (insetívoros): Ouriço-cacheiro.
Carnivora (carnívoros): Cão, gato leão, morsa, hiena.
Artiodactyla (artiodactílos): Zebu, boi, camelo e carneiro.
Quiroptera (quirópteros): Morcegos (únicos mamíferos voadores).
Perissodactyla (perissodáctilos): Zebra, cavalo, porco, e rinoceronte.
Cetacea (cetáceos): Baleia e golfinho.
Sirenia (sirênios): Peixe-boi.
Primates (primatas): Gorila chipanzé, mico e o homem.
Alimentação e digestão
Os mamíferos se alimentam dos mais diversos tipos de alimentos, podem ser insetívoros, herbívoros, carnívoros e onívoros.
Nativos da Austrália, os coalas (Phascolarctos cinereus) são mamíferos marsupiais herbívoros que vivem na maioria do tempo nos galhos de eucaliptos, cujas folhas são sua comida favorita.
Nos ruminantes, o alimento é engolido sem ser mastigado e depois volta para a boca para ser mastigado.
Circulação e respiração
Assim como nas aves, a circulação dos mamíferos é fechada e não há mistura de sangue venoso com sangue arterial. O coração possui quatro cavidades, sendo dois átrios e dois ventrículos.
O fato de o sangue oxigenado não se misturar com o sangue venoso garante aos mamíferos uma maior eficiência metabólica.
A respiração é exclusivamente pulmonar, mesmo em animais aquáticos como golfinhos, baleias e peixes-boi. Graças à presença de milhares de alvéolos nos pulmões, os mamíferos possuem o sistema respiratório mais eficiente.
Os músculos do diafragma, além de separar o tórax do abdome, auxiliam na respiração através da diferença de pressão quando estes músculos contraem e descontraem.
Excreção
Os rins são os órgãos responsáveis pela excreção nos mamíferos, retirando do sangue substâncias tóxicas que estão em excesso. A bexiga urinária é a responsável pelo armazenamento de urina produzida nos rins.
Nos mamíferos é bastante comum o uso da urina para demarcação de território, isso é importante para vários animais, pois assim delimitam um espaço para procurar alimentos, reproduzir e garantir seus descendentes.
Sistema nervoso e órgãos dos sentidos
No mamíferos, o sistema nervoso é dorsal e atinge o máximo de complexidade entre todos os seres vivos. O cérebro é mais desenvolvido e isso possibilita uma grande vantagem na disputa com outros animais. Os mamíferos possuem diversos sentidos, entre eles os mais conhecidos são visão, audição, olfato, paladar e tato. Alguns outros animais como os tubarões possuem sentidos como a percepção de campos elétricos.
Alguns biólogos falam em seis sentidos comuns aos mamíferos, sendo o sexto sentido a propriocepção, que é o fato de o animal sentir sede e fome por exemplo. Os proprioceptores são órgãos sensitivos localizados nos músculos, tendões e ligamentos. Eles recebem e transportam para o sistema nervoso central informações sobre tensões, pressões ou distensões nas variadas partes do corpo, para que o cérebro decida como reagir e manter o equilíbrio.
Os elefantes usam a sensibilidade para preservar sua espécie. Ao provocarem uma atividade sísmica gerada por seus pés, esses mamíferos se comunicarem a respeito da presença de predadores, demarcação de território e preferências de acasalamento.
Os grandes e longos bigodes das focas têm uma função que vai muito além da estética. Por meio de seus bigodes, as focas conseguem detectar o rastro hidrodinâmico de peixes que estão nadando a até 600 metros de distância.
As toupeiras têm 22 pequenos troncos que contém um total de 100 mil fibras nervosas. O que corresponde a seis vezes mais receptores que a mão humana. Conforme as toupeiras cavam suas tocas, esses tentáculos varrem o território em alta velocidade, de forma mais rápida do que o olho pode detectar.
Os lobos desenvolveram ouvido musical. Para não perderem a voz com uivos em coro, eles escolhem uma nota específica para se comunicarem uns com os outros.
Os lobos (Canis lupus) pertencem ao filo Chordata. Tem o olfato cem vezes mais potente que o do ser humano. Exalam feromônios para "dizer" quando é a época de acasalar. Seu uivo é muitas vezes usado para reunir a alcateia.
São inúmeras as habilidades sensoriais especificamente desenvolvidas nos mamíferos.
Nos mamíferos é sempre reprodução sexuada. Como exceção dos monotremados (ovíparos), todos são vivíparos, desenvolvem-se dentro do útero da mãe. Órgãos com útero e ovário são exclusivos dos mamíferos e, como já vimos, alguns possuem placenta. O tempo de gestação e o número da prole são variáveis de espécie para espécie.
Os elefantes têm a gestação mais longa entre os mamíferos, dura aproximadamente 95 semanas.
Os seres humanos interagem com várias espécies de mamíferos desde há muito tempo. Essa interação se dá de várias formas e em muitos casos é bastante prejudicial, visto que há muitas espécies em perigos de extinção. Já consta no currículo da humanidade a culpa por várias extinções, como resultado das ações humanas.
Fonte: REECE, Jane B. et al. Biologia de Campbell. Artmed Editora, 2019.
Assista ao documentário VIDA NO VENTRE: MAMÍFEROS, produzido pela National Geographic, que mostra o desenvolvimento fetal no reino animal, desde a concepção ao nascimento.